Argentina, Argentina

Quando começou a Copa do Mundo obvio que ia torcer pelo Brasil, mas sempre tive a certeza que torceria pela Argentina como segunda seleção já que foi o país que escolhi para viver, estudar e foi o país que me deu minhas maiores alegrias.

Sempre defendi que essa rivalidade Brasil x Argentina não existia, por que todos os argentinos que eu conheço AMAM o Brasil. Sempre fui muito bem tratada aqui e toda vez que digo que sou brasileira me perguntam o que estou fazendo lá, já que todos queriam estar vivendo ou visitando o Brasil.

Até que, começou a Copa.

Gente, a rivalidade existe sim, só no futebol. Mas existe, e como existe. Passei de a brasileira legal que todo mundo adora a vilã da novela das nove. No inicio tentei dizer que não me importava com a tal rivalidade, mas comecei a escutar coisas que ninguém gostaria de ouvir. Por mais que eles conheçam brasileiros legais, passaram a generalizar tudo.

Eu sei que no lado brasileiro isso também acontece, mas acho que por ser do Sul e me considerar MUITO bairrista não sentia tanto.

Bom, chegou um momento que não dava mais para torcer. Eu não me importava que o Brasil perdesse a copa, mas Deus me livre se a Argentina ganhasse. Por que não sei o que seria de mim, e dos meus ouvidos. Por que eles não esquecem nada. Ia ser um inferno.

Passei quase toda a copa na Argentina. Me juntava com uma amiga (também brasileira) para ver os jogos, por que ela estava sentindo a mesma coisa que eu. Do nada todo mundo virou inimigo. Vim para o Brasil de férias e cheguei justo um dia antes do 7x1. Dei graças a Deus de estar aqui, e que meu celular não funcionava. Sai de todos os grupos de Whatsapp a tempo e comecei a excluir os argentinos mais agressivos da minha linha do tempo no Facebook.

Chegou o dia da grande final. Vesti minha camiseta da Argentina e fui ver a final na Fan Fest de Porto Alegre.

Ué? Mas tu não estava secando a Argentina?

Obvio, mas eu preciso voltar né gente. Tudo friamente calculado. Tirei foto, postei no Instagram e todos voltaram a me amar. Só falta a Argentina perder, e minha paz seria completa.

Foi passando o tempo do jogo, e nada da Alemanha fazer gol (se tivesse guardado uns 3 do 7x1, mas não). Fiz promessa, e nada. Aumentei a promessa, GOL.

Chorei, confesso. E meus amigos que sabiam de toda minha situação me abraçavam e diziam: Calma Pâm, é só futebol.

Fim de jogo. Inicio da minha Paz. A Alemanha é tetra.