Complexo de Sandy

- Juli, tem que entender que você sofre com o Complexo de Sandy...
- Oi?
- É! Por mais que você tenha casado, continua sendo aquela menininha pura e meiga de cabelos compridos e dourados! Aceita...

******

Depois do diagnóstico dado pela Ana, numa sexta-feira de abril de 2013, tudo passou a fazer sentido: sofro com o Complexo de Sandy.
Deixa eu explicar melhor!
Nasci em 1985, gêmea de um menino. Sempre fui bem “menininha”, gostava de bonecas, era bem branquinha, tinha cabelo dourado e lisinho. Era muito tímida, o que todo mundo encarava como meiguice, e isso fazia de mim uma criança muito comportada.
Agora pensa: menina comportada, meiga, bonitinha e com um irmão com mesma idade na década de 90. É a Sandy!

Sim, foi na infância que a Sandy começou me perseguir!
Nunca gostei de Sandy & Júnior, ou pelo menos, nunca (me) admiti gostar. Com o passar dos anos fui me distanciando das características de “boa menina”. Ou tentando me distanciar... Usava All Star e calça rasgada na minha adolescência – abafa a informação que o All Star era rosa e a calça rasgada era da Gang! – e queria pintar meu cabelo de preto. Ia a todos os festivais de rock da cidade e não achava tão grave assim gostar de reggae.
Nessa fase, odiava a Sandy.
Ela cantava “Vâmo Pulá” e o Júnior fazia coreografias estranhíssimas... Até que me orgulho de não gostar deles pensando por esse lado!

Tá, voltando ao complexo...
Com meus 16/17 anos, achava que tinha me livrado da tal “patologia”.
Até que aos 18 anos, começo a namorar um “príncipe”, um guri muito mais parecido com o Lucas Lima do que com o Paulinho Vilhena – se que é que vocês me entendem?
Meu cabelo cresceu e voltou a ter tons loiros e nunca passei dos 1,60m. Fui uma ótima aluna na faculdade e passei a trabalhar com cultura.
Ou seja, eu mesma fui me (re)aproximando do complexo!
Me formei, fiquei noiva e casei – com tudo o que se tem direito! Tipo Sandy mesmo.
Depois de casada, em uma reunião de família, falei alguma bagaceirice qualquer. Sabe quando você está numa festa e fala bem alto bem na hora que termina a música e todo mundo te olha? Pois foi essa a reação!
Depois desse episódio, recebi o diagnóstico que abre esse texto.
E faz todo o sentido!

Hoje, admito que gosto de algumas músicas da Sandy, que canto a todos os pulmões “quando você passa” porque acho uma música bem lindinha. Mas, vivo momentos de tensão por ela ainda não ter decidido o nome do seu filho.
É o mesmo pânico que tinha da Kate (Middleton) ter escolhido um vestido de noiva parecido com o meu e todos pensarem que copiei ela!
[Só para deixar claro que sou fã da Kate, mas entendam que o meu vestido de noiva não podia parecer dela, tinha que parecer meu!]
Pois então, o nome já está escolhido há tempos! Meus amigos já se referem ao meu (futuro) filho pelo nome. Imagina se a Sandy coloca o nome do filho dela igual ao do meu?
Morro!
“Ah, o mesmo nome do filho da Sandy?!”
Não!!!
Fora isso, acho estranho ver a Sandy grávida, assim como muitos acharão estranho me ver barriguda!

Agora, uma curiosidade: a Sandy anunciou a gravidez no dia do meu aniversário (agora vai dizer que isso não é perseguição?). Além das pessoas me desejarem “feliz aniversário”, recebi mensagens do tipo: “viu que a Sandy da grávida? E você?” ou “Até a Sandy!!!!! Vamo lá!”.

Eu? Vou esperar os 5 anos de casamento, igualzinho a Sandy!


PS.1: só para deixar claro, não sou nada parecida (fisicamente) com a Sandy. Mas, bem que queria ser afinada como ela!
PS.2: Esse texto foi escrito antes do Theo nascer. Imaginem o alívio que senti!!!
PS.3: torcendo para a nova Malhação ser um fracasso... :(