Esse tal de “espírito” materno

Antes de tudo, preciso explicar: gosto de crianças, tá!
Só que... Nunca fui aquela que não podia ver um bebezinho que se derretia. Que achava todas as crianças lindas. Nunca! Amei muitas crianças, as minhas! Minha afilhada, minhas primas... amei. AMO!

Agora, bebês “desconhecidos” nunca me chamaram a atenção e sempre tive medo de crianças. Medo das reações, das perguntas. Uma vez, estava trabalhando com crianças e me encontraram escondida numa sala.
- Juli, o que aconteceu?
- Um gurizinho me pediu suco... E acabou!
- E?
- Disse que não tinha mais e ele disse “tia, quero mais suco!”. Então, vim pra cá e me escondi dele.
Atitude madura e segura! Que orgulho de mim #SQN

Bem... Casei com um cara louco para ser pai. Seu plano era que eu casasse grávida, inclusive!
Casei e, na volta da lua de mel já tinha gente querendo me ver barriguda. “Credo!”, eu pensava e, às vezes, dizia.

O tempo foi passando e alguma coisa mudou. O diagnóstico foi dado pelo marido:
Amor, você está com o “espírito” materno!

Depois de morrer rindo do espírito que me assombrava, me dei conta que o tal relógio biológico começava a pedir algo inesperado: filho!
Qualquer bebê me chama atenção, tenho longas discussões sobre o nome da filha que não está a caminho – porque o do menino já está super definido! –, puxo conversa com as crianças do colégio (trabalho em uma escola!), observo os pequenos em todos os lugares que vou e, o mais preocupante: essa semana, me peguei assistindo vídeos de produtoras que filmam partos.
Oi?
Sim!
Assisti todos! Chorei em alguns. Mostrei vários para o marido.

Ta, não é tão grave... Sou casada com um cara muito legal, tenho 28 anos, amo meu trabalho... O que me impede? Eu!
Sou capricorniana, daquelas beeem caprica mesmo!

Passo dias e dias ponderando que agora não é a hora... que o apartamento é pequeno, que preciso conhecer Paris antes, aprender a dirigir e por aí vai. E tenho me convencido!


Os pedidos de neto e sobrinho continuam. Talvez demore um pouco.
Mas, que esse espírito anda atrás de mim, disso não tenho dúvida!