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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Pânico de chuva

Uma publicação no face fez eu ser abordada por inúmeras pessoas: umas querendo saber se eu estava bem e outras querendo saber se era de verdadeira. Eis a publicação:


Vitória do dia: depois de dois anos, 
consegui sair para rua - sozinha - com todo esse temporal.
Chorando, mas consegui! #pânicodechuva

Quando postei, na mesma hora o meu pai me ligou querendo saber se eu estava bem. Meu marido, que estava fora de Porto Alegre, compartilhava comigo o medo me mandando mensagens e me ligando para saber se “meus pés estava secos”.


Mas, o mais engraçado mesmo, foi o número de pessoas que questionavam se o pânico era verdadeiro ou se tratava de uma piada nas redes sociais. Como comecei a trabalhar em um novo lugar em janeiro, muitos não conhecem a origem do medo. Vamos a ele!

No dia 14 de março de 2012, acordei para trabalhar. Lembro que tinha algumas reuniões e que, na noite anterior, tinha feito as unhas dos pés e das mãos. Levantei, me arrumei e sai. Chovia e chovia muito... depois de muitas poças de água, carros apagados pelas ruas e Av. Erico Verissimo totalmente alagada, cheguei no trabalho ENCHARCADA.
Liguei para os colegas, que não conseguiam chegar.
Todos me mandavam voltar para casa, mas achei melhor deixar a chuva passar. Lá pelas 13h, fui para casa, tomei banho e troquei de roupa. Tudo bem normal!


Passei pela mesma situação da foto, só que de sapatilha!

Dois dias depois, a gripe. Claro!
Quem não ficaria doente depois de ter tomado tanta chuva.
E que gripe. Nunca passava! Dor no corpo, cansaço, dor de cabeça...

Dias depois, comecei a ter quedas de pressão. Normal para o ritmo de trabalho que estava na época, não tinha muito tempo (nem paciência) para comer direito.No dia 9 de abril, me irritei com a minha falta de pique para a vida. Aproveitei uma segunda-feira de folga e fui para a emergência para fazer exames para confirmar meu próprio diagnóstico: estava anêmica!
E acertei! Mas...
Faltavam os outros diagnósticos: perda de função renal, alteração no fígado, nas enzimas musculares e mais um monte de alterações!
Resumindo: estava com leptostirose!

A Leptospirose é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e que pode ser fatal. Causada por uma bactéria do tipo Leptospira que, eliminada principalmente na urina de roedores, permanece em coleções de água a espera da pessoa que nela adentre. Assim, as pessoas podem contaminar-se não apenas ao entrar em áreas urbanas alagadas pela chuva, como também em coleções de águas rurais de lagoas, represas e riachos. A bactéria invade por pequenas lesões de pele ou pelas mucosas em contato com a água (oral, nasal e ocular).
Entendeu: Unha feita (talvez com alguma feridinha) + avenida alagada = Leptospirose

Daí foram dois meses de cama, visitas diárias no hospital e algumas descobertas: doença dolorida, que não há remédios para curá-la e que todas as histórias que vão te contar acabam com UTI e num triste velório!

Ah... Você não come! Nadinha!
Saldo positivo: casei magra!
Sim, tudo isso aconteceu em meio a organização do meu casamento.

Bom, depois dessa história nada linda... Me dei conta do pânico que adquiri de chuva.
Muito mesmo! Tipo... De ficar histérica de verdade.
Se estou de sapatilha e vejo uma nuvem preta no céu, não me concentro em mais nada!
Fico bolando planos para sobreviver a chuva. Se vejo previsão de 1 milímetro de chuva para a noite, de manhã saio de casa de botas, não importa a temperatura que esteja.

Essa é uma das homenagens que visto todo o dia 14 de março

Acontece que nessa segunda-feira, um temporal horrível se armou. Era um dia importante de trabalho, o marido estava viajando e tinha que sair de casa, pegar um ônibus e ir trabalhar. 
Conceitrei, levantei e fui me arrumar. Na hora de sair, travei. Foram uns 10 minutos ponderando todos os riscos que estava correndo em sair de casa. 
Foi um desespero só. 
Mandei mensagem para o marido contando meu desespero, dei um beijo na Morena (cã que nem liga para temporais) e fui.
Quando estava na esquina de casa, me dei conta que além de estar tensa, chorava como uma criança. Fui até a parada de ônibus num misto de medo e orgulho.
“Depois de dois anos, consegui! Morrendo, mas consegui”

Cheguei no trabalho e contei para todo mundo!
NINGUÉM ENTENDEU.
Liguei para o marido e o acalmei.

Consegui. Mas, tenho certeza que na próxima chuva, vai ser outra luta!


E, não gente!
Não concordo com nada dessa música.



2 comentários:

  1. Sempre gostei de chuva, talvez por não ter tido maiores problemas.
    Mas sempre tive medo de vento forte, des que uma garrafinha de aguá (acho que era de água, bateu tão forte que nem vi) bateu na minha testa, me deixando com um vergão ENORME. E ainda tive que ir trabalhar assim. E as pessoas me perguntavam o que era aquilo na minha testa (ficou meui vermelho, meio roxo). Como explicar da garrafinha? Era estranho. hahah

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    1. Sim, Pam!
      Imagina explicar que tenho medo de chuva? Tipo, cachorro tem medo de chuva... Humanos não!!!
      Beijos, Linda (Juli)

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