Escrevendo para o Blog, que não existe.

Desde o dia 20 de junho minha vida meio que mudou. Uma amiga escreveu no nosso grupo que ela e a irmã queriam começar a escrever para um blog (blog esse que como elas mesmas dizem, não existe). Mandou-nos um texto e pediu opiniões. Como eu estava on-line de imediato respondi e AMEI o que ela tinha escrito. Eis que ela me diz que precisava de uma virginiana no blog (eu já disse que ele não existe?) que seja mais determinada e que não enrole ela como a irmã ariana.

Pronto, as pessoas que me conhecem sabem que sou um pouco ansiosa (para não dizer histericamente ansiosa). Queria começar a escrever naquela hora e comecei a pensar o que poderia escrever. Mas recém tinha dito para o meu namorado para vermos um filme e ele estava buscando algo para ver. Ai não, o blog vai ter que esperar.

Passei todo o sábado procurando um espaço no dia para sentar na frente do computador, mas como tinha ido dormir na minha sogra não tinha o MEU computador. A ideia não ia sair assim tão facilmente, precisava de um ritual.

Quando fomos deitar minha cabeça voava, sempre disse que pra mim a noite serve mais para pensar do que para dormir. E eu estava ali, com os olhos estalados, pensando. Meu namorado estava deitado na mesma cama que eu (o quarto dele na casa dos pais tem duas camas de solteiro) e comecei a me sentir incomoda, porque necessitava escrever minhas ideias. Tinha medo de acordar no outro dia e elas sumirem. Mentira, eu sabia que elas não iam sumir, mas sou virginiana, tenho que escrever em um bloco de notas para deixar a coisa mais organizada. Mandei ele mudar de cama, peguei o celular e comecei a fazer uma lista do que queria escrever. E a cada ‘titulo’ eu ia pensando como seria o texto.

Já era 2:20 da manhã e eu estava ali, perdida na minha cabeça. Tirei um print das ideias e mandei via Whatsapp para minha amiga com a seguinte legenda: “Eu podia estar dormindo, estar fazendo sexo ou até jogando Candy Crush. Mas estou lembrando historias malucas para o blog (que não existe)”. Nota-se que sou ansiosa né? Mas o pior é que ela que tem um parafuso menos que eu, me manda aplausos na mesma hora. Deu? Já posso levantar para escrever?

Passou o domingo. Segunda, levantei já na minha casa, com o meu computador e todo o ritual que queria fazer. Arrumei a cama, troquei de roupa, preparei a mesa, um mate e comecei a escrever. Em 15 minutos eu tinha meu primeiro texto. Li, li outra vez, e outra. Estava satisfeita. Mandei para ela e fiquei na espera de um veredito. Vai que não era isso que ela queria para o blog, ou vai que eu tenho que voltar para a escola e aprender a escrever. Pouco tempo depois ela me mandou a resposta dizendo que tinha AMADO o texto. Me senti realizada e logo já queria escrever mais.

Já tinha passado das 13:30 e eu não tinha feito almoço. Abri a geladeira e comecei a pensar em que fazer de comida. Eu poderia escrever sobre isso. Fechei a geladeira.

Meu gato dorme em cima da geladeira por mais que tenha a cama dele, a minha cama e o sofá. Eu poderia escrever sobre isso. Não, vão dizer depois que copiei a ideai do Marley e eu.

Sentei para escrever um novo texto para o blog, mas não tinha lavado a louça ainda. Minha cabeça não pensa com a louça ali me olhando. Eu poderia escrever sobre isso.

Porto Alegre tem praia? Viver na Argentina faz com que eu responda essa pergunta todos os dias. Eu poderia escrever sobre isso.

E tu não vai ir para Copa do Mundo? Isso é um texto já na minha lista.

O que eu quero dizer é que tudo que eu faço durante o dia me faz parar para pensar se isso poderia ser um texto para o blog. Ou de que maneira poderia escrever sobre isso. Esse texto, por exemplo, não estava na minha lista.

Sou uma pessoa tão ansiosa que não tenho a mínima ideia de como se faz um blog, mas já estou buscando uma maneira de aprender. Mas o que mais me preocupa é que se minha cabeça esta assim quando o blog ainda nem existe, imagina quando ele seja real?

Alguém que tenha o telefone de uma Psiquiatra? Preciso tratamento.