Uma vez a Juli escreveu um texto sobre a
palavra que definia o ano dela e nesse dia pensei que não havia outra palavra
no mundo que definisse meu ano melhor que “Saudade”.
Começo a escrever esse texto em meio a um caos
mental. Hoje estou sensível, mais do que sensível... estou transbordando
emoções. Fazem duas horas que choro sem parar. Por que? Bom, saudade é a
palavra que me define. Mas hoje é um caso especial...
Sinto saudade da família, dos amigos, de casa
TODOS os dias. Já até me acostumei com essa dorzinha interior. Mas hoje essa
palavrinha me pesou. Estava conversando com a minha mãe e ela me contava toda
entusiasmada que ia começar a fazer academia. Que isso ia fazer ela se sentir
melhor, com mais vida (se é que ela necessita, já que em plenos 58 aninhos tem
folego de uma guria de 20).
E em seguida me fez uma pergunta em uma
publicação que tinha feito no face a poucos minutos... “Que passou na minha
vida que eu nunca ia esquecer?” Parei uns minutos para pensar e lembrei de
quando dancei com meu pai nos meus 15 anos. Me lembro que eu não queria dançar
valsa, de jeito nenhum, e implorei pra ele não fazer isso. Só que ele colocou
uma música (“Filha” do Rick e Renner) e ficamos esses minutos abraçados
chorando de uma lado ao outro.
Foi um momento único. Depois o agradeci por ter
feito, e com certeza isso NUNCA vou esquecer. E ai veio o peso da palavrinha
aquela que já mencionei um par de vezes. E por um momento me senti egoísta de
estar aqui... longe deles. E foi ai que o caos mental começou.
Como me dividir em duas? Como aproveitar meus “velhos”
e não deixar para trás tudo que conquistamos aqui? Como simplesmente dizer
tchau e voltar correndo pro colo dos meus pais? Não posso. Queria que as coisas
fossem mais simples e que o tele transporte existisse.
Sou MUITO feliz aqui. Digo isso todos os dias
para o Pablo. Nosso apê, os gatos, a faculdade, as experiências, um novo idioma
e cultura. Tem como seguir tudo isso e
diminuir a distância de casa em uns 1000km? Deveria ter uma lei que te permitiria tirar ferias e ter tudo pago pra qualquer lugar caso fosse comprovado que tu ta precisando de colo de mãe. Não tem remedio melhor para qualquer angustia e insegurança.
O que nesse momento me conforma é que a ideia,
minha e do Pablo, é de um dia voltar para o Brasil. Viver na praia e
consequentemente mais pertinho de casa, da família e dos amigos. Esse dia vai
chegar... espero que não demore taaaaaaanto. Mas daí a pergunta vai ser: E será
que o Pablo vai estar preparado para a nova palavra que vai definir ele?
#Oremos